O treinador tirsense José Garrido venceu a II Divisão de futebol da Arábia Saudita, uma vitória celebrada pelo clube efusivamente já que o timoneiro de Santo Tirso apanhou a equipa daquele país já após 7 jornadas quando estavam em 7º posto da classificativa.

 

“Foi muito emotivo porque terminamos uma época muito desgastante com situações totalmente fora do normal. Chegar ao fim e ser campeão é muito gratificante! Cheguei aqui com a liga já a decorrer”. Mas não foi apenas os moldes em que a reviravolta se deu que trouxe satisfação ao treinador de Santo Tirso. A Covid-19, também trouxe muita incerteza no futebol do país do Golfo e superar isso foi uma prova de abnegação por parte dos seus jogadores..

 

O campeonato eventualmente foi retomado, faltando dez jornadas. “Foi com algum receio que enfrentámos esta última parte da Liga porque era uma situação nova para nós. Conseguimos preparar fisicamente, a equipa deu uma resposta imediata e esse foi o segredo juntamente com um grande espírito de equipa que existiu durante toda a época. Em dez jogos perdemos um, empatámos dois e ganhámos sete. Terminámos a Liga como a equipa com mais vitórias e a melhor defesa.”

 

 

 

 

É uma experiência exótica que o treinador José Garrido vive num país com uma cultura, uma mentalidade e um tipo de futebol diferente do que se pratica na Europa.

 

“Já me encontro a trabalhar nesta zona há dez anos. Tive um interregno, com quatro anos a trabalhar em África, mas continuei com muitos contactos nesta zona e foi assim que regressei. Tive a oportunidade de treinar uma equipa com excelentes condições de trabalho que tinha descido de divisão e que ambicionava voltar à SuperLiga. Agora, passado todo este tempo, estou perfeitamente integrado, embora este ano tenha sido mais difícil porque não pude ter a minha esposa comigo durante grande parte do campeonato”.

 

São muitos quilómetros de distância, mas os familiares foram um pilar para que tudo funcionásse. “A minha família também está integrada e já conhece a maioria dos países do Golfo”. Trabalhar no futebol num país como a Arábia Saudita é “um desafio constante”. A modalidade na região está a ser alvo de um forte investimento. “Ano após ano, nota-se uma melhoria de qualidade”, e para felicidade de Garrido tem entrado no lote dos portugueses que continuam a fazer “escola” no mundo do futebol

 

“Os treinadores portugueses são muito respeitados aqui, mas também no resto do Mundo, já se sabe... Depois são os resultados que nos acompanham. Esse respeito mútuo vem não só da qualidade de trabalho, mas também do relacionamento com as partes”.

 

Quanto a próxima época a ambição mantém-se, embora ciente dos obstáculos que tem pela frente. “Teremos um plantel mais forte, mas o tempo de trabalho condiciona-nos. A Liga começa dia 16 de outubro. Portanto, é muito pouco tempo para trabalhar.”

 

 

 

E voltar a Portugal?

 

“Já tentei diversas vezes. Gostaria muito, mas não depende de mim”.