O estranho caso de Maria Vieira
A atriz Maria Vieira habituou os portugueses na televisão à sua simpatia e boa disposição, mas a sua versão nas redes sociais revela-se um bocado menos... agradável.
Parece um verdadeiro caso de Dr. Jekyll e Mr Hyde, personagens diametralmente opostas, que habitam o mesmo corpo, inventadas por Robert Louis Stevenson.
Baixinha, com um ar simpático e doce - Assim vê, a maior parte das pessoas, Maria Vieira, uma das mais famosas figuras portuguesas da comédia. A atriz que se notabilizou ao lado de Herman José em "Herman 98", "Humor de Perdição", "Grande Noite", "Herman SIC", e que participou em séries e programas de televisão como "Big Show SIC", "Os Filhos do Rock", "A Mulher do Senhor Ministro", e participou até em filmes estrangeiros como "A Gaiola Dourada", sempre foi vista com um carinho especial por parte dos espetadores, mas agora, a relação que outrora era quase inquestionável tornou-se volátil, com os comentários ácidos e muitas vezes insultuosos que tece nas redes sociais.
A mais recente polémica envolvendo Maria Vieira deu-se com a Eurovisão e os representantes de Portugal e Islândia para o famoso concurso de música do Velho Continente.
“Assim de repente, quando se olha para estes três estarolas [Representantes da Islândia] fica a ideia de que ao pé deles o ‘Rapaz Conan [Osíris]’ é praticamente um menino de coro do Vaticano, mas ainda assim não me admira nada que o Conan se enamore por um destes colegas e se sinta, quiçá, impelido a trocar experiências sadomasoquistas com um deles, ou com os três ao mesmo tempo, pois parece que estas pessoas devem partilhar muita coisa em comum”, afirma a atriz, insinuando atos homossexuais.
“Uma banda sadomasoquista e pró-palestiniana vai representar a Islândia no Festival da Eurovisão em... Israel!!! Porreiro, isso faz todo o sentido!!!”, afirmou ainda em tom sarcástico.
A acidez não ficou por aqui. “E depois ainda há quem ache que este tipo de gente foi escolhida através de ‘putativas’ votações telefónicas e de júris comprados (pagos, vá lá) pelas televisões dos respetivos Estados que na realidade apenas pretendem promover o Socialismo, o Islamismo, o Marxismo-Cultural, a Ideologia de Género e outras coisas do ‘mesmo género’”, tece, afirmando que o Festival da Eurovisão "se deveria passar a chamar de 'Festival da Aberração'".
Mas estas recentes declarações de Maria Vieira são apenas mais umas num mar de polémica que tem semeado na internet.
"Coitado. Ficará para a história como o pior presidente que Portugal conheceu. Uma espécie de Obama português...", afirmou sobre Marcelo Rebelo de Sousa.
"Trump é o nosso presidente, o líder da democracia e liberdade neste mundo de confuso. Longa vida a Donald Trump. Seja forte senhor presidente e espere juntamente com Putin e as pessoas da Húngria e Polónia apenas mais um pouco, pela ajuda de Marine [Le Pen], Geert [Wilders] e [Nigel] Farage, de forma a que possamos recuperar os nossos países, cultura e estilos de vida", teceu noutro comentário.
Maria Vieira criticou ainda as opções de programação da RTP e fez um comentário aparentemente xenófobo sobre António Costa e os indianos.
A atriz, aliás, não parece querer esconder as suas posições pouco habituais no que diz respeito à política.
Referindo-se a membros do Partido Nacional Republicano, um grupo político de extrema direita normalmente associado a opiniões ultra nacionalistas, Maria Vieira diz ainda: "Esses amigos são pessoas honestas, bem formadas, educadas, inteligentes, cultas" e prossegue: "Não vejo o porquê de tanta hostilidade a uma pessoa que seja do PNR".
A acidez chega ao ponto de atacar pessoas com quem chegou a trabalhar durante décadas. "O Herman que sempre foi narcisista e exibicionista está agora pior do que antes e vê-lo voltar sempre a si próprio e à sua vida pessoal, às mesmas personagens, às mesmas desengraçadas cantigas e às mesmas piadas barbadas tornou-se absolutamente deprimente. Mas eu trabalhei e lidei com ele muitos anos, sempre ouvindo as mesmas estórias e as mesmas graçolas e talvez por isso me seja mais penoso vê-lo continuando a ser mais do mesmo. Mas a avaliar pelas fracas audiências que há já tantos anos ele vai tendo chega-se facilmente à conclusão que as pessoas já não estão interessadas no que ele faz, mesmo tendo em conta que ele nunca foi um artista unânime, até nos tempos mais bem sucedidos da sua carreira", afirmou referindo-se a Herman José, talvez o principal responsável pelo sucesso da carreira de Maria Vieira.
Arduamente criticada até por antigos colegas de trabalho, como Ana Bola e Herman José, há quem especule que a verdadeiro autor das publicações no mural seja o seu marido e há quem pergunte mesmo se este possa estar a ter um comportamento "abusivo".
"Não há pior do que brilhar pela negativa", afirma Herman José quando pronunciado sobre atriz. "Quando ouves a Maria Vieira falar – e estou a dizer isto sem o mínimo de ironia – percebes que ela não tem mais do que 50 palavras no seu vocabulário. ‘Olá queridinha, parrachita, está calorzinho, estou com fominha, vou agora para a casinha’. Ela não sai dali. E a escrita é elaboradíssima. Fala em paradigma, fala em pusilanimidade, uma riqueza de vocabulário que não se encaixa na Maria."
Para Herman José, Fernando Rocha, marido de Maria Vieira, é pelo menos co-autor das publicações. "Aquele corpo de duas cabeças faz com que ele tenha uma paixão grande pela escrita e escreva muito e ela o acompanhe, solidária, dando-lhe a visibilidade do nome. Não vale a pena virem dizer que é ela que escreve, que não é", tece.