Salário deverá chegar brevemente aos 750 euros
Esta quarta-feira o Governo encontra-se com os parceiros sociais, entre os quais a CGTP, UGT, e CIP. O tópico principal da discussão é a evolução do salário para 2020. O Governo já informou as suas intenções: até 2023 o objetivo é subir a remuneração mínima para 750 euros.
A UGT mostrou-se recetiva para negociar um acordo de médio prazo, estabelecendo patamares para o salário mínimo nacional até aos 800 euros em 2023, sendo que para o próximo ano, defende uma subida para 660 euros.
A CGTP considera que a meta do Governo é um "bom ponto de partida negocial" com o fim de lograr o objetivode chegar aos 850 euros num curto prazo de tempo.
Do lado das confederações patronais, o presidente da a CIP - Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva considerou recentemente a meta do Governo "perfeitamente razoável", admitindo ainda ir mais longe "se a economia o permitir". Mas, a este propósito teceu que o Governo também deverá promover a redução das tributações autónomas e o reforço de verbas para a formação profissional.
SUBIDA GALOPANTE
O salário mínimo tem sofrido uma subida galopante desde 2014, e em particular desde a legislatura de 2015-2019. Num espaço de cinco anos o rendimento tabelado mínimo por trabalhador a tempo inteiro passou dos 485€ para os 600€. Em 2016 passou dos 505€ para os 530€, em 2017 para 580€ e a partir de 2018 para os 600 prometidos por António Costa, quando foi eleito.
Quer isto dizer que num curto espaço de tempo a subida do salário mínimo se cifrou nos 19%, 14% se descontarmos a inflação, resultando numa maior quantidade de dinheiro a circular no país.
Desde então, o desemprego também tem baixado significativamente e o mesmo sucede com a percentagem de pessoas que recebem o salário mínimo.
Em abril deste ano o número de trabalhadores que auferem o rendimento mais baixo era de 755,9 mil. Este valor baixou 1,6% relativamente ao ano de 2018, ou seja, há menos 12 mil trabalhadores a receber o salário mínimo.
Em termos brutos são ainda cerca de 22,4% a receber a féria mais diminuta. O valor é inferior em 0,6 pontos percentuais em relação ao que sucedeu em 2018 e 0,6% em relação a 2017. Deste número 51% são mulheres. Trabalhadores que não concluíram o ensino secundário ocupam 49%.
Neste momento o desemprego em Portugal é de 6,1%.