Comida a mais no lixo e a menos para quem mais precisa
Estudo da professora e investigadora Iva Pires mostram números alarmantes.
De acordo com uma investigadora portuguesa, desperdiça-se mais de mil milhões de toneladas de alimentos por ano. Essa comida vai parar ao lixo, embora de forma mais marcada nos países ocidentais, o mesmo acontece em vários países em vias de desenvolvimento.
Em causa está o subaproveitamento da comida comprada e a lei da oferta e da procura, o que dita a que muitas vezes os stocks não sejam consumidos em tempo útil. O impacto é abismal, principalmente se atendermos ao número de pessoas subnutridas no globo.
A percentagem da comida desperdiçada ronda os 30 e os 40%.
Ao facto de existir uma vasta quantidade de comida deitada ao lixo, junta-se a comida ingerida em excesso por pessoas com obesidade, valor que atinge, segundo a Universidade de Teramo em Itália, uma quantidade em torno dos 140 mil milhões de comida.
A informação surge numa altura em que se sabe que há produção para alimentar cerca de 10 mil milhões de pessoas, 24% mais do que a população atual (7,6 mil milhões de habitantes). Não obstante 795 milhões de pessoas passam fome. As alterações climáticas, os problemas decorrentes dessas alterações e o crescimento demográfico exponencial faz com que se especule que até 2050 cerca de 3 mil milhões de pessoas possam estar a passar fome.
Os dados não enganam e parecem indicar uma coisa inevitável: ou a nossa espécie começa já a planear como resolver estes problemas e criar soluções sociais, políticas e demográficas sustentáveis, ou poderemos estar a caminhar para um mundo cada vez mais desequilibrado.
Uma alimentação saudável e comedida, evitar desperdiçar alimentos e aumentar a quantidade de área agrícola poderão ser algumas das soluções a ter que ser tomadas por todos no futuro.