Bitcoin: Para uns o novo ouro, para outros um esquema piramidal
Há quem lhe chame a "roleta"… a roleta do já turbulento mercado financeiro. O que é afinal este misterioso ativo de que cada vez mais pessoas começam a falar? Futura moeda universal ou o maior esquema tipo Ponzi alguma vez montado?
A internet prolifera com anúncios de pessoas que alegadamente ficaram ricas investindo em Bitcoin. E, pese embora existam muitos anúncios enganosos com objetivos aparentemente fraudulentos, o facto é inegável - algumas pessoas ficaram mesmo multimilionárias a investir neste ativo.
"Ficar rico com pouco dinheiro"
Tomemos um exemplo hipotético: Em 2015, no dia 20 de novembro, quem tivesse adquirido este bem, conseguia comprar uma unidade de BitCoin por 307,02€. A 15 de dezembro de 2017, apenas dois anos volvidos, no período em que a criptomoeda esteve mais bem cotada, valia 16.721,77€. Quer isto dizer que em dois anos poder-se-ia ganhar mais de 54 vezes o valor investido, ou seja 540%.
Num exemplo mais concreto, quem, por exemplo, tivesse comprado 500 euros de Bitcoin a 20 de novembro de 2015 e vendesse essa quantidade a 15 de dezembro de 2017, iria ganhar qualquer coisa como 26 mil e 500 euros.
Mas idealizemos o melhor dos cenários: O momento em que o BitCoin teve o seu valor mais baixo foi em 2010, onde por mais do que uma vez esteve a valer menos de 0,06 cêntimos. Quem tivesse comprado este ativo nesse momento e o cendesse na altura em que esteve mais bem cotado teria ganho em cada euro qualquer coisa como uns estonteantes 278 mil 680 euros (valor aproximado).
Mas o que é, afinal, o BitCoin?
O Bitcoin é uma moeda virtual descentralizada. Não é regulado por nenhum Banco Central ou Estado. O Bitcoin permite transações financeiras sem intermediários. Dado ao seu cariz digital previamente estabelecido, é alegadamente imutável a inflações. Apesar de tudo, não há bela sem se não. A moeda é considerada um bem especulativo volátil com altos e baixos muito oscilantes.
Há que lhe chame o novo ouro, mas dado ao seu grau de encriptação é também usada em operações financeiras legalmente dúbias, tal como sucede na "Dark Web", a camada anónima e escondida da internet.
A Criptomoeda não é regulada por nenhum banco central. Nalguns aspetos isto poderá ser uma vantagem, mas noutros deixa o ativo à mercê de interesses de forças externas mais fortes, tais como podres políticos e sociais. E aqui, ressalve-se que para poucos governos haverá o interesse em que esta moeda seja utilizada em desfavorecimento das ativos gerados pelos respetivos bancos centrais.
ORIGENS OBSCURAS
A origem da mais famosa criptomoeda do mundo teve origens obscuras, remetendo para um grupo de criadores mais ou menos desconhecidos que se designavam de "Satoshi Nakamoto".
Um pessoa ou várias? O envolvimento de "Satoshi" no protocolo original parece ter culminado em meados de 2010. Antes de seu "desaparecimento", Nakamoto manteve-se ativo tanto publicando informações técnicas no fórum BitcoinTalk quanto modificando a própria rede.
Vários reputados jornais tentaram descobrir o real fundador. Em 2014 um grupo de 40 estudantes liderados por Dr. Jack Greve da Universidade de Aston, fez um estudo de linguística forense para tentar achar semelhanças entre o estilo de escrita de Satoshi Nakamoto e pessoas envolvidas na idealização dos conceitos do Bitcoin, recaindo uma forte probabilidade de essa pessoa ser um criptógrafo chamado Nick Szabo.
No entanto, em maio de 2016 o empreendedor australiano Craig Wright revelou à emissora BBC e às revistas The Economist e GQ ser o criador da moeda.
Veja as oscilações do BitCoin ao longo dos anos: