Memória coletiva do Porto é tema de documentário de Produtora tirsense
Chama-se "Toponímia" e é um documentário sobre a memória coletiva do Porto. Ofícios antigos, pregões e artes esquecidas são armazenadas "numa espécie de baú" para que estas não se percam para as gerações futuras.
A ideia tem como propósito, explica António Pinto, um dos realizadores do projeto, "mostrar a verdadeira identidade" da cidade "Invicta". Tudo surgiu quando "um dia imaginei-me no lugar de um turista do alto da sua varanda a olhar para cá para baixo e só ver outros turistas, não percebendo a verdadeira génese desta cidade que é tão característica e diferente das demais", prossegue.
"Imaginei a minha filha a passear aqui e não entender aquilo que o Porto realmente representa. Isso seria um descuido histórico e sociológico terrível".
O trabalho realizado e produzido para a Câmara Municipal do Porto e para a DOMUS Social tem também como finalidade preencher essa necessidade, "nesta altura em que forçosamente temos que abraçar a multiculturalidade, as novas tecnologias e todas as coisas boas que isso traz", conclui.
Para Carlos Gomes, Co-Realizador e Diretor de Produção, o documentário chama-se "Toponímia", porque, para "além desta palavra remeter para a origem ancestral daquilo que designa identidade coletiva", também está "indelevelmente ligado às ruas, onde o espetador - que de certa maneira fará parte do processo criativo desta viagem - deambulará em direção às nossas personagens", afirma.
"São pessoas muito interessantes que fomos encontrando na rua... Pessoas de carne e osso... reais, no bom sentido do termo. Acho que é importante mostrar esta gente numa altura em que a artificialidade parece ganhar cada vez mais força".
A viagem, diz Stephane Oliveira, "pretende mostrar a ligação e o denominador comum entre todos os portuenses. É essa ideia que queremos mostrar - Que as cidades são feitas de pessoas e que as pessoas antecedem os edifícios. Tudo no fundo, é um legado humano e a própria cidade do Porto é um legado artístico da real identidade do povo e muitas vezes das classes desfavorecidas que são realmente a alma mater de uma civilização".
O documentário da autoria da empresa tirsense, Stop Motion, deverá estrear oficialmente nos cinemas antes de 2021 e contará com uma testemunha voyeur misteriosa que narrará, qual guia turístico, os passos desta viagem.
"É uma viagem de dentro para fora e de fora para dentro, metaforicamente falando", diz António Pinto.
FICHA TÉCNICA:
Realização: António Pinto, Carlos Gomes
Produção: Carlos Gomes
Fotografia: Jorge Cardoso
Argumento e Pré-Produção: Stephane Oliveira
Imagem: Jorge Cardoso, Carlos Gomes, Stephane Oliveira
Edição: Carlos Gomes, António Pinto, Stephane Oliveira
Assistente de Edição: Jorge Cardoso
Sonoplastia: Stephane Oliveira